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Por William Douglas
1) A primeira coisa que se precisa
em uma prova é calma, tranqüilidade. Se você começar a ficar nervoso,
sente-se e simplesmente respire. Respire calma e tranqüilamente,
sentindo o ar, sentindo sua própria respiração. Após uns poucos minutos
verá que respirar é um ótimo calmante.
Comece
a ver a prova como algo agradável, como uma oportunidade, visualize-se
calmo e tranqüilo. Lembre-se que "treino é treino e jogo é jogo" e que
os jogadores gostam mesmo é de jogar: a prova é a oportunidade de jogar
pra valer, à vera, de ir para o campeonato.
Fazer
provas é bom, é gostoso, é uma oportunidade. Conscientize-se disso e
enquanto a maioria estiver tensa e preocupada, você estará feliz e
satisfeito. Um dos motivos pelos quais eu sempre rendi bem em provas é
porque considero fazer provas algo agradável. Imagine só, às vezes a
gente vai para uma prova desempregado e sai dela com um excelente cargo!
Mesmo quando não passamos, a prova nos dá experiência para a próxima
vez. Comece a ver, sentir e ouvir "fazer prova" como algo positivo, como
uma ocasião em que podemos estar tranqüilos, calmos e onde podemos
render bem.
2) Ao fazer uma prova, nunca perca de vista o objetivo: passar. O objetivo não é ser o primeiro colocado (o que é uma grande ilusão, já que ser o primeiro traz mais problemas do que vantagens). Também não é mostrar que é o bom, o melhor, o "sabe-tudo". O objetivo é acertar as questões, tentar fazer o máximo de pontos mas ficar feliz se acertar o mínimo para passar. Só isso.
3) A simplicidade e a objetividade são indispensáveis na prova, ladeadas com o equilíbrio emocional e o controle do tempo. Para passar lembre-se que você precisa responder àquilo que foi perguntado. Leia com atenção as orientações ao candidato e o enunciado de cada questão.
4) Em provas objetivas, seja metódico ao responder. Em provas dissertativas, seja objetivo e mostre seus conhecimentos. Por mais simples que seja a questão, responda-a fundamentadamente. No início e no final seja objetivo; no desenvolvimento (no miolo), procure demonstrar seus conhecimentos. Nessa parte, anote tudo o que você se recordar sobre o assunto e estabeleça relações com outros. Sem se perder, defina rapidamente conceitos e classificações. Se souber, dê exemplos. Aja com segurança: se não tiver certeza a respeito de um comentário, adendo ou exemplo, evite-o. "Florear" a resposta sem ter certeza do que está escrevendo não vale a pena. Isso só compensa se tratar-se do ponto central da pergunta, do cerne da questão. Nesse caso, se o erro não for descontado dos acertos, arrisque a resposta que lhe parecer melhor.
5) Utilize linguagem técnica. A linguagem de prova é formal, de modo que não se deixe enganar pela coloquial. Substitua termos, se preciso. Ex.: "Eu acho" "Eu entendo" "Entendo que".
6) Correção lingüística. Tão ruim quanto uma letra ilegível ou uma voz inaudível é a letra bonita ou a voz tonitruante com erros de português. O estudo da língua nunca é desperdício e deve ser valorizado. Além disso, a leitura constante aumenta a correção da exposição escrita ou falada.
7) Evitar vaidades ou "invenções". Muitos querem responder o que preferem, do jeito que preferem. Em provas e concursos temos que atentar para a simplicidade e para o modo de entender dominante e/ou do examinador. Aquela nossa tese e opinião inovadora, devemos guardá-la para a ocasião própria, que certamente não é a do concurso.
8) Tenha sempre humildade intelectual. Não queira parecer mais inteligente que o examinador ou criticá-lo. Não se considere infalível, sempre prestando atenção mesmo a questões fáceis ou aparentemente simples. Nunca despreze uma opinião diversa.
9) "Teoria da fluidez + Teoria do consumidor". Além desses cuidados, temos que ter um extra com alguns examinadores. Lembre-se que todo professor, quando aplica uma prova é, na prática, um examinador. A grande maioria dos examinadores aceita que o candidato tenha uma opinião divergente da sua. Há, contudo, alguns mestres e bancas um tanto mais inflexíveis, casos em que será exigido do candidato uma dose de fluidez, docilidade, suavidade e brandura.
Junte-se
a isso o ensino daqueles que sabem atender ao consumidor: o importante é
satisfazer o cliente, o cliente tem sempre razão, o atendimento é tão
importante quanto o produto.
Esta
técnica ensina que o candidato deve ser prudente e pragmático.
Pragmatismo, anote-se, é a "doutrina segundo a qual a verdade de uma
proposição consiste no fato de que ela seja útil, tenha alguma espécie
de êxito ou de satisfação". O candidato precisa ter fluidez e
maleabilidade suficientes para moldar-se à eventual inflexibilidade do
examinador.
Se o seu
professor só considera correta uma posição, devemos ter cuidado ao
responder, pois a prova não é a ocasião mais adequada para um
enfrentamento de idéias, até porque ele é quem dá a nota, havendo uma
grande desigualdade de forças. Existem os momentos adequados para firmar
nossas opiniões e pontos de vista e isso é absolutamente indispensável,
desde que na hora certa.
Ao
tratar do raciocínio jurídico, abordamos vários itens sobre como lidar
com opiniões divergentes. Vou citar um exemplo do uso da "teoria".
Ensinei a técnica para uma amiga, dias antes de fazermos uma prova. O
professor vivia falando de louras fatais em sala. A prova era para criar
um fato e analisá-lo sob o aspecto criminal. Criei um fato
superelaborado e tirei apenas 5. No dia do resultado minha amiga me
agradeceu pela "dica" da "teoria" pois a utilizou e tirou 10. Ela
simplesmente criou uma história com o assassinato de uma loura,
inclusive descrevendo sutilmente seus atributos. Ela simplesmente
aplicou a técnica, escrevendo sobre um fato que nosso professor achava
interessante. Eu mesmo esqueci de usar a técnica...
Eu
não tirei uma nota melhor naquela prova porque perdi o foco, porque não
prestei atenção (acuidade), porque esqueci do objetivo (tirar a melhor
nota possível), porque não utilizei técnicas que eu já conhecia (essas
mencionadas), porque escrevi o que eu queria (para me agradar) e não
para agradar e atender à expectativa de quem estava mandando naquele
jogo, porque deixei de atentar para a fluidez (fluência) em provas e
porque não me adaptei às circunstâncias. Felizmente a nota foi
suficiente para passar, mas poderia não ter sido.
Esta
"teoria" não versa sobre não ter opinião mas sim sobre ser hábil o
suficiente para adaptar a resposta a fim de obter o resultado almejado.
Após o sucesso específico você poderá, a partir de uma situação melhor,
lutar por seu ponto de vista.
Não
estando em uma situação como a de candidato, não tenha medo de expor
suas opiniões ou de contestar alguma premissa já estabelecida. Poucos
têm suas próprias opiniões e a capacidade de inovar e analisar
criticamente um fato ou problema. Se você o fizer, mesmo que alguém não
goste, todos (inclusive quem não gostou) respeitarão você.
Contudo, sempre o faça de modo gentil, educado, técnico, equilibrado e profissional.
Contudo, sempre o faça de modo gentil, educado, técnico, equilibrado e profissional.
Se
quiser contestar alguma idéia, conteste a idéia e não o seu autor ou
defensor. Saiba a hora de ceder e a hora de enfrentar a oposição, a hora
de lutar e a hora de celebrar um acordo.
Não
tenha medo de ser diferente ou de mudar as estruturas consolidadas. Se
você pensa, é possível que discorde e é assim que o mundo progride:
mudando ou concluindo que a mudança não oferece um ganho compensador. Ao
decidir sobre idéias e soluções, não se prenda a paradigmas antigos,
prenda-se ao objetivo buscado.
A
teoria do consumidor ainda possui outra aplicação preciosa. O cliente
sempre tem razão, é ele quem deve ficar satisfeito, não é mesmo? Em
concursos, o cliente é o examinador.
Sempre
verifique o que ele quer e o atenda. Veja o que ele perguntou, o que
quer saber, a letra bonita que quer ler, etc. Faça-o feliz e ele lhe
retribuirá.
10) Letra legível, palavras audíveis. Se o examinador não consegue decifrar sua caligrafia nem ouvir sua voz, isso irá prejudicar a quem? Quem tem o maior interesse em ser lido, ouvido e entendido? Será que todos os examinadores, profissionais ocupados e atarefados, diante de centenas ou de milhares de provas para corrigir, terão tempo e compreensão diante de uma letra ilegível? Na hora da prova faça letra bonita, de preferência redondinha (ou, no mínimo, em caixa alta), a fim de que ela fique legível. Treine sua oratória para saber falar razoavelmente.
William Douglas
Fonte: http://www.tudosobreconcursos.com