Para que serve um espelho? Porque será que ainda nos vemos nele, se ele nos espelha o contrário?
Porque é que ainda o observamos, se o que vemos é ele a ver-nos correctamente e a mentir-nos mesmo assim à nossa frente?
Olhamos o nosso olhar no seu fundo, vemo-nos a nós, vemo-nos a vermo-nos a mirar-nos, profundo sim, falso em toda a plenitude, falso como a deturpação da nossa íntima verdade.
Prefiro ver-me na água com ondulações, nem que as tenha de provocar. Prefiro o reflexo da água à falsa perfeição do vidro. A água mostra a realidade, a imperfeição dos homens perfeitos, os lados escuros e todas as sombras. Na água vemos o nosso sorriso sem o provocar.
Na água não brilhamos, na água permanecem os rostos lavados agarrados à autenticidade própria, na água espelhamos o modo como os outros nos vêm, por não sermos iguais a nós na apreciação alheia. Na água vê-se em segundos o passado e o futuro físico pois não mudamos em pouco tempo, na água vemos todas as sensações que os nossos sentidos provocarão.
Podemos ver o futuro a longo prazo, uma ruga aqui, um aborrecimento, uma ironia, talvez o nosso envelhecimento, algumas sensações de falso contentamento.
A água tem hidrogénio como nós, a água compreendemo-nos.
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